sexta-feira, 27 de março de 2015

Falar estrangeiro


Um café na padaria portuguesa dos Restauradores em Lisboa. Logo de manhã, oiço na mesa ao lado um casal de japoneses à gargalhada. A mulher ria a bom rir com o que o homem dizia. Naturalmente não percebi nada e apenas eles é que riam em todo o café. Quase parece uma arma secreta, isto de haver línguas que não entendemos nada. O mesmo sucederia se estivesse a contar piadas em português num café em Tóquio.
Normalmente, apanho algumas palavras em francês ou espanhol ou italiano e percebo o contexto dos grupos de turistas que falam estas línguas, mas é sempre tão estranho estar ao lado de alguém a falar e não entender nada. Podem simplesmente estar a comentar sobre quem está ao lado ou a contar os maiores disparates. Essa é também uma das grandes liberdades que sentimos como viajantes em países estrangeiros.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Actualizações constantes


Actualizações... Não há dia que não veja este aviso, no computador, no telemóvel...
Uma praga. Tantas vezes que temos urgência em consultar algo ou avançar com algum trabalho e o aviso surge para nos colocar na ordem e nos quer dizer noutras palavras -  "Qual é a pressa? Vamos fazer mais umas actualizações."
Outro dia deixei o telemóvel ficar sem bateria e quando voltei a ligar, tinha nove actualizações para fazer das mais diversas aplicações. Sem falar das actualizações do Java, que nos dão cabo da cabeça quando temos que trabalhar com sites das finanças ou estatísticas. Pior mesmo só quando nos esquecemos de alguma password das dezenas que temos de fixar.

Neste desenho, todas as pessoas que estavam à minha volta "toparam-me", até o rapaz de casaco verde já olhava para trás para ver o que se passava. Sempre mais complicado quando o ferry vai cheio ao final do dia e as pessoas esperam que os telemóveis façam as suas actualizações.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Olho ou não olho?


Enquanto esperava uma pizza para levar para o jantar, sento-me numa mesa e desenho o que vejo. Uma mulher está a jantar e consulta o telemóvel. Mais atrás, um cliente conversa com um dos pasteleiros.Um empregado pergunta-me se desejo algo e digo-lhe que aguardo uma pizza. Fico a desenhar.

Difícil é manter a concentração na pessoa desenhada, sabendo que ela vai topar que estamos a olhar. Foco o olhar ao perto e ao fundo alternadamente para disfarçar. Sem confiança para observarmos, não conseguimos fazer o desenho, a barreira do desconforto tem de ser ultrapassada, colocamos o pensamento no papel e não no que poderá acontecer se a pessoa perceber. Poderá ficar também desconfortável e mais estática ou querer ver o que estou a fazer. Poucas são as pessoas que têm a "lata" de o fazer e querer ver o resultado final. Só temos de pensar que não haverá problema, nem sentir intimidação a cada espreitadela.

quinta-feira, 12 de março de 2015

De manhã vê-se o mundo no café


Um desenho de manhã n'a padaria portuguesa. Um sucesso junto dos turistas com aquele ar de quem acabou de deixar o hotel e aparecem para o capuccino, croissant e sumo de laranja. Gosto de ver os grupos animados, a contarem piadas e a prepararem o dia de passeio. Muitos trabalhadores de escritório, como eu, que passam por ali para um café e e uma sandocha para o meio da manhã. Um ambiente todos os dias variado nas mais diversas nacionalidades e modas. E um tipo a desenhar...

terça-feira, 10 de março de 2015

Conseguias fazer?


Comecei este desenho com o rapaz de barba em conjunto com as pernas espetadas nas suas costas. O desenho progrediu. Entre mim e uma rapariga, sentou-se uma senhora mais velha que era conhecida dela. Eu ia do lado do corredor. As duas falaram um pouco, como estavam as coisas...e logo faltou tema para continuar. A senhora pegou no tricot e a rapariga manteve-se com o telemóvel. 
Percebi que a senhora ia dando uma espreitadela para o meu caderno.
Quase no fim da viagem de ferry, a chegar ao Barreiro, a mais velha chamou a atenção da mais nova para o meu desenho e perguntou-lhe bem baixinho "Conseguias fazer?"
A rapariga disse que já tinha feito uns desenhos e que deixou. As duas murmuravam.
Fechei o caderno e levantei-me. Não olhei para trás quando saí, mas dei-lhes um tema comum para falarem um pouco mais.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Barco-bar junto ao cais das colunas


Ao final da tarde, junto ao cais das colunas em Lisboa, um barco foi colocado para servir de bar e servir umas bebidas a quem quer a ver o rio e o pôr-do-sol. Umas espreguiçadeiras e uns bancos de madeira para o momento ser mais confortável. Este verão vai ser um dos spots.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Mário Viegas "O sonho ao poder"



Hoje passei pelo Auditório Augusto Cabrita, no Barreiro e assisti à inauguração da Exposição sobre Mário Viegas. Muito agradável de se ver, complementa com audio e vídeo em tablets que podemos ver e ouvir. 
Assisti em pequeno a leitura de textos na televisão, por este grande ator e recitador, mas com aquela idade não cheguei a reconhecer o talento ou a compreensão dos textos. Está na altura de pesquisar mais sobre este personagem único e o testemunho que deixou.

Quis desenhar um dos retratos do Mário Viegas e gostei deste onde surge com duas cabeças de fantoche. Começou por aí pelos 4 anos. 
Sobre a exposição no facebook e no youtube.

domingo, 1 de março de 2015

Demolição em plena Avenida


Em plena Avenida de Liberdade, em Lisboa, perto do cinema S. Jorge procede-se à demolição de um edifício que já foi café-restaurante e outros adjacentes que estão virados para uma rua atrás. Já tinha visto as entranhas dos edifícios outro dia, mas hoje na pausa de almoço, fui desenhá-los.

Ainda estava no início quando um americano me perguntou se eram edifícios com importância histórica. Contei-lho do que conhecia e que se tratavam de prédios devolutos muito degradados. E que se a Câmara tinha dado autorização, em princípio estava tudo ok para avançar com a demolição.

Junto a estas obras há sempre uns "engenheiros" mais velhos a observarem e a dizerem algo sobre a contrução. Este americano era mesmo engenheiro e estava a gostar de ver as entranhas dos prédios. Eu disse-lhe que era esse o motivo pelo qual estava a desenhar.

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