quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Lentos e apressados


Todos os dias quando o ferry atraca, seja em Lisboa ou no Barreiro, há sempre pressa em saír. As duas saídas acumulam passageiros mesmo antes de estar completamente atracado. Aguardamos a chegada do marinheiro que abre a porta e se prepara para passar o cabo ao marinheiro de terra. São momentos que antecipam um sprint até ao autocarro ou ao metro.

A questão coloca-se quando há ciclistas, carrinhos de bébé, pessoas de canadianas ou mais idosas. São obstáculos para quem quer via livre para correr. Ontem ao final do dia, à chegada ao Barreiro, reparei num senhor que estava junto à porta, muito idoso e de canadiana. Comecei a ouvir uns zumzuns e percebi que um senhor de cabelo grisalho já reclamava com o idoso estar ali à porta em vez de esperar que todos saíssem. Na saída, fiquei ao pé do senhor grisalho que gritava com o mais idoso que com dificuldade abrandou a saída dos restantes passageiros. Abrandei para o grisalho se atravessar à minha frente e ainda levou um empurrão de uma senhora que quase fez o senhor caír em pleno cais. Reclamaram os dois. O mais idoso acabava agora de saír do barco e só vi o grisalho a correr para o autocarro ou pela dignidade perdida.

Todos os dias vejo casos parecidos. A pressa é relativa, mas é melhor para quem é mais lento, saír após o "tsunami" de apressados. Já vi um casal mais idoso e com dificuldade a andar e a barrar toda a saída de passageiros. Se são logo ultrapassados na subida do cais, porque tentam saír em primeiro?

E também não concordo com a atitude do senhor grisalho. Ele esteve tentado em empurrar o mais velho. Podemos andar stressados, mas tem de haver civismo.

Lembrei-me das malas-trolley. Já tropecei tantas vezes nelas que não entendo porque insistem em andar com elas a arrastar no meio de uma multidão com pressa. 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Photoshop - 25 anos de muita criatividade


Vi a notícia no jornal Observador que o software photoshop faz 25 anos de existência. Qualquer foto que surge em jornais ou revistas não sai sem levar um retoque informático. O que é realidade e o que é fantasia? Começa a ser tão absurdo que fico a olhar para algumas fotos de actrizes conhecidas e olhos ou a pele não parecem nada reais. Qualquer dia mais vale colocar um desenho em vez da fotografia.

sites com fotos de erros do photoshop em que vemos o quanto o técnico devia estar a pensar noutra coisa quando fez os tais retoques. E muitas dessas fotos são publicadas em folhetos publicitários, mas felizmente só olhamos para os preços e não para um braço longo demais à volta de um televisor ou a voar sobre um sofá.

Pior mesmo só operações plásticas que correm mal. Essas são permantentes, não prejudicam a venda de uma revista mas apenas os sustos que a vítima apanha quando olha ao espelho.

Se houvesse photoshop em 1969, muito mais pessoas não acreditariam que o Homem havia chegado à Lua. Resta-nos um futuro de habituação e de incredibilidade à maior parte das coisas que vemos e lemos.
Parabéns Photoshop.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Encontro de desenho no "Grande Circo Místico"



A convite da Teresa Ruivo, fomos desenhar nas filmagens de um novo filme brasileiro "Grande Circo Místico" baseado no musical de 1983 do Chico Buarque. Quando cheguei fiz um desenho de aquecimento, enquanto via o material de cinema a saír das carrinhas e a prepararem tudo na tenda.


Dentro do circo, ficámos sentados nas bancadas por detrás das câmeras e conseguimos ver o ambiente frenético de assistentes de realização, de som, de imagem, de figurinos. O filme é realizado por Cacá Diegues.


Fomos colocados de maneira que não ficássemos ao pé dos figurantes, mas a luz que havia não dava para ver muito bem os detalhes que queríamos desenhar. Mas é sempre um excelente desafio, improvisar com outros materiais e desenhar mais rapidamente.



O actor que interpretava o papel do apresentador Celavi, que neste desenho estava pendurado na corda com a câmera à frente, ficou ao meu lado numa das bancadas. Mostrei o desenho a ele e quis ver os outros. Perguntou quem nós éramos e o que desenhávamos. Pedi um autógrafo no próprio desenho. Disse-me que tem um nome um pouco diferente do habitual, Jesuíta Barbosa. A acção agora prosseguia com o domador Victor Hugo Cardinalli e 2 leões, com muitos "silêncio, acção"


No exterior fomos desenhando o cenário das traseiras da tenda e que representava um circo dos anos 60, com a tralha toda amontoada e algumas carroças um pouco decadentes. Muitos motivos para desenhar.










No camião dos leões, a maior "fera" era este cão todo entretido na cabine do condutor.


No final do encontro, a partilha dos desenhos nos vários cadernos e a troca de impresões sobre a dificuldade de desenhar com pouca luz e com um ambiente sempre em movimento.


Gostei muito do encontro, sempre uma forma diferente de vermos o mundo, do circo e do cinema, com marcadores e aguarelas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Namoro como se vê poucas vezes


Este desenho, apanhei-o na travessia de barco Lisboa-Barreiro e gostei muito de ver a interacção do casal, especialmente da rapariga que não parava de abraçar o namorado. A expressão dela estava muito bonita cada vez que olhava para ele que ia falando calmamente.
Eu tinha começado a ler um livro, mas peguei no diário-gráfico e registei o momento que achei muito bonito. Sem beijos, mas muita cumplicidade.

Para preparar o ambiente para o dia dos namorados. Este ano, acredito que além dos ramos de flores e do jantar, a ida ao cinema para ver o filme "50 sombras de Grey" estará na lista. Pelo menos um dia olhamos com outros olhos para a nossa parceira ou parceiro. O que deveria ser durante o ano, mas o pessoal já anda tão desligado das emoções que pelo menos num dia o amor fica no topo.
... os corações foram colocados depois... claro!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Este frio que entra pelo nosso corpo


Está mesmo frio! Sinto-o mesmo muito quando saio da cama, quando a água do chuveiro termina para ensaboar e quando chego à estação fluvial do Terreiro do Paço, pelas oito da manhã.
Sente-se o frio no interior do corpo, a picar na cara e nas orelhas. E aquele ventinho junto ao rio que ajuda a picar ainda mais. Não dá para parar e apreciar o céu azul por detrás da encosta do castelo ou em pleno rio Tejo, ao mesmo tempo que mais um paquete chega com a maré e atraca em Sta. Apolónia.
O café com um pouco de leite, aquece um pouco até ao fundo da garganta, mas não chega aos pés e aos dedos da mão. O melhor é ir andando pelas ruas da baixa até chegar ao escritório e aí arrefecer os pés durante toda a manhã, enquanto a cabeça aquece com o trabalho. Pelo menos a mão direita aquece ao mexer o rato. 
A temperatura não é muito baixa, mas a humidade nesta cidade entra pelo corpo adentro. As casas não ajudam e ainda nos queixamos nas conversas de café e chá. 
O dia dos namorados e a estreia do filme "50 sombras de Grey" estão aí a chegar para nos aquecer o corpo e o coração.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Mais "People and Motion"


Continuo na leitura do livro do Gabi Campanario "People and Motion" e a fazer alguns exercícios de desenho com pessoas nos locais de trabalho, desporto ou lazer. Tem dicas muito boas e só falta desenhar, desenhar, desenhar...
Neste desenho deixei o primeiro plano sem cores. Não sei se o resultado ficou agradável, mas valeu a pena experimentar. 

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