sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Lisboa que vai mudando VI


Na Rua de São José volto a subir e fico a desenhar o n.º 118 - um antiquário. Pela hora de almoço, apanho sempre a loja fechada, mas gosto de ver o mix de artigos na montra. 

Comecei o desenho no dia anterior e neste dia, na varanda do 1º andar, uma senhora estendia a roupa. Chamou o marido e quando cruzei o olhar com ele, sem dizermos nada, mostrei-lhe o desenho que fazia. Ele pergunta-me para quem era o desenho. Disse que era para mim e mostrei-lhe outro da mesma rua. Não sei se à distância ele conseguia ver algo, mas explicou à mulher a minha resposta. Foi para dentro e a mulher continuou a estender a roupa. Tive pena de não ter desenhado a cara do senhor a espreitar no meio da roupa. No andar de cima a roupa já secava ao sol.

Lisboa que vai mudando VII


Chego aos números 134-136 da Rua de São José. Há uns anos tomava aqui café de manhã no restaurante da Susana - "Solar de S. José". Depois foi vendido e os novos donos não conseguiram pegar bem no negócio. 
Foi de novo vendido e comprado por 3 jovens sócios que investiram num restaurante elegante, diferente e com comida criativa - "Sr. Lisboa". Já almocei lá e a experiência vale a pena, pela decoração e pelas mesas que são fogões. Até os wc estão bem giros. Não estou a tentar vender a ideia, mas é um caso que acho, encaixou bem na rua e no bairro. 
O prédio parece que ficou à espreita no meu caderno.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Lisboa que vai mudando V


Na minha descida pela Rua de São José, avanço umas casas e desenho o número 100. Queria conhecer a dona da mercearia "Festival dos sabores do Lima", que foi uma das lojas referenciadas num artigo do jornal O Corvo, sobre esta rua de Lisboa. 
Havia desenhado o edifício uns dias antes e hoje passei por lá a mostrar o resultado. Ela adorou e pediu-me logo uma cópia do desenho. Quando me havia visto a desenhar na rua, pensava que eu era um funcionário da Câmara.
A conversa foi agradável e contou-me de mais uma frutaria, mais acima, que vai fechar nos próximos tempos. Já trabalha ali desde os 11 anos e conheceu muitos dos que deixaram os seus negócios. Por enquanto vai resistindo.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Lisboa que vai mudando IV


Continuando a descer a Rua de São José, chego aos números 138-140. Um edificío que tem a bonita leitaria "A Minhota", referenciada nas Lojas com História. O azulejo exterior é lindíssimo. Existe desde 1927.
A casa está um pouco desleixada, sem a preocupação de melhorar as montras. Não costumo ir lá beber café, sendo mais um ponto de encontro das pessoas mais velhas do bairro.
Faz esquina com a rua do Carrião e local de passagem de muitas pessoas, turistas e quem trabalha por aqui. O prédio ainda é habitado.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Urban Sketchers - 10 anos


Fiz este post aqui no blog em 28/10/2008. Fico muito feliz por saber que fazemos 10 anos a desenhar  e a conhecer pessoas que vibram com o desenho. Mudou a minha forma de estar na vida e já não consigo deixar de rabiscar cadernos diáriamente.


"Para quem gosta de desenho e especialmente desenho sobre as cidades, a paisagem urbana, as pessoas, abre no início de Novembro um sítio que reúne trabalho de desenhadores de todo o mundo e de várias cidades do mundo onde habitam.
Este blog é uma extensão do grupo "Urban Sketchers" do Flickr que já existe desde Novembro de 2007, feito pelo jornalista e ilustrador Gabi Campanario de Seatle, EUA.
Temos alguns desenhadores portugueses como o Eduardo Salavisa e o José Louro, com imagens de Lisboa transpostas para o papel e com imaginação. Não esquecer em Novembro clicar aqui.
Desenho: Tin Salamunic, Richmond, Virginia"

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Lisboa que vai mudando III


Continuando a descer a Rua de São José, desenho os números 144 e 146. Prédio devoluto e degradado.
O número 144 era um antiquário que ainda cheguei a ver aberto com descontos de 50% com vista ao encerramento. Fechou há uns 3 anos.
Este edifício também foi adquirido pelo mesmo investidor para um possível hotel ou apartamentos.
Não consegui perceber o logotipo e o nome que está por cima da porta da loja.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Lisboa que vai mudando II


Ainda na Rua de São José, nos números 148 e 150, funcionou uma loja de instrumentos musicais. Fechou há uns 3-4 anos. A loja que chegou a ter cerca de 40 funcionários antes do 25 de Abril, tinha o R/C e o 1º andar. 
Quando vim trabalhar para esta rua, a actividade estava já muito reduzida. O Sr. Vítor ainda reparava alguns instrumentos. Via-o de manhã no café, sempre muito simpático e na conversa com outros logistas da zona. O café também já não existe.
No número 152, o portão de ferro é do armazém da mercearia do Sr. José. Os edifícios foram vendidos e daqui a uns meses tudo será diferente. 

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Lisboa que vai mudando I

Depois de algum tempo sem postar nada no blogue, volto com um tema que observo diáriamente - a gentrificação dos velhos bairros de Lisboa. Assunto polémico mas que afecta muitas pessoas, pequenos negócios e a vida social. 

No festival de Óbidos "Latitudes" tive oportunidade de conversar com dois sketchers catalães, a Maru Godas e o Lluïsot. Um dos assuntos foi sobre o problema de Barcelona e a constante mutação dos bairros típicos. Eles juntam-se para desenhar as lojas que existem antes do seu desaparecimento e é isso que espero conseguir fazer também em Lisboa, no bairro onde trabalho.


No início de Setembro, na mercearia do Sr. Zé fiquei a saber que, ele e a mulher terão de saír do prédio até ao final do ano. Na rua onde trabalho, um investidor comprou uma série de edificíos para converter em hotéis e apartamentos. Nesta rua, paralela à Avenida da Liberdade, tenho assistido a grandes mudanças. Os turistas sobem e descem, há muitos hostels, restaurantes mais gourmet e as velhas lojas vão acabando.
Nesta mercearia, cujos donos estão ali há mais de 40 anos, compro a fruta para comer a meio da manhã. É com tristeza que os donos falam que terão de se mudar. Vão tentar manter-se no bairro, pois os seus clientes são todos dali. Não vejo mal na recuperação dos edifícios, mas não transformem tudo em hoteis.

A D. São que se encontrava à varanda pensava que eu era um funcionário da CML, de caderno na mão. Gostaram muito do desenho que fiz.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Urgência Pediátrica num domingo à tarde


Há uns dias tivémos de passar nas Urgência pediátricas do Hospital. O mais pequeno tinha-se magoado no braço. Num domingo à tarde. Na sala de espera pouca gente e a triagem foi rápida. O dia estava bonito e quente e o ambiente era calmo. Apanhámos a mudança do turno e demorou um pouco mais. Peguei num caderno e desenhei um pouco para passar o tempo. A mais velha pediu o caderno dela e também a desenhei. Sentada na cadeira da frente toda concentrada na janela atrás de mim. O tempo passou mais rápido. O braço do pequeno tinha apenas um pequeno rasgão nos ligamentos. Não havia problema. Felizmente correu tudo bem. E rápido.


terça-feira, 11 de abril de 2017

Desenhar em papel num Seminário de Informática







Num seminário de informática, no CCB, onde se falava de software, digital, ficheiros em pdf e powerpoint, eu desenhava os apresentadores nas folhas de papel que nos distribuíram num capa. Um bom motivo para estar atento, planificando os temas e não adormecendo.

quinta-feira, 30 de março de 2017

QUERIDO BARREIRO - oficina de desenho em cadernos (8 Abril)

QUERIDO BARREIRO - oficina de desenho em cadernos



No próximo dia 8 de Abril, no local em que Seixal quase toca na margem do Barreiro, estaremos lá para desenhar barcos, o rio Tejo e o Barreiro.
Uma organização da associação L1B. Agradeço desde já o convite que me fizeram para mostrar os meus cadernos. Um beijinho à Manuela.

terça-feira, 14 de março de 2017

Desafio "One week 100 people" 2017













Um desafio proposto pela Liz Steel e pelo Marc Holmes. Desenhar 100 pessoas em 5 dias? Será possível? Foi possível e muito divertido. Muitos aceitaram o desafio e foi um treino geral para desenhar a figura humana nos mais diversos cenários. Venham mais um desafio!

quarta-feira, 1 de março de 2017

Aniversário do Avô Zé


É sempre uma alegria ver alguém de família festejar um aniversário, mas este foi especial. O Avô da minha mulher fez 98 anos e reuniu-se a família para festejar essa bela idade. Desafiaram-me a desenhar o homenageado e lá fiz um bem rápido. Acho que tirei uns anos a ele, mas em desenho quem manda é a nossa cabeça e como vemos as pessoas pelos nossos olhos. E sabe tão bem registar estes momentos de família em papel.
Parabéns Avô Zé!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Revisão Automóvel


Levar o carro à revisão é sempre um momento em que ficamos a pensar no que poderíamos estar a fazer de útil em vez de estar ali parados. Como tinha um compromisso pedi ao mecânico que tivesse o carro pronto antes das 11h00. 
Fiz o desenho a meio da operação e ele demorou cerca de 40 minutos. Mostrei-lhe o desenho no fim e disse-me que tinha sido rápido a fazer. Agradeci também a rapidez dele. Pelas 10h00 saí da oficina.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Terreiro do Paço - Barreiro


No passado dia 25/01/2017 um acidente com um dos ferrys que faz a travessia Lisboa-Barreiro, numa manhã de muito nevoeiro, enviou o "Antero de Quental" (os ferries têm todos nomes de escritores) para o estaleiro e assim ficámos com menos um operacional. Tenho apanhado em alguns horários barcos mais pequenos que normalmente fazem a travessia entre o Seixal e Lisboa. Estes apenas levam cerca de 200 passageiros em relação aos maiores que têm uma capacidade de 600. Neste dia não arranjei lugar, mas aproveitei para desenhar o ambiente. A rapariga de frente topou o que eu estava a fazer, mas não se mexeu. Talvez do cansaço do dia.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Para lá e para cá. No Tejo.


Num dia em que a carreira das 09h00 foi efectuada por um barco do Seixal (Transtejo) para a travessia Barreiro-Lisboa, a passageira à minha frente agarrava as malas por causa do balanço da ondulação em pleno Tejo. 


No barco das 18h20, vindo de Lisboa, uma senhora tricotava e restantes passageiros agarrados ao telemóvel. O desenhador presente nos 2 desenhos - apeteceu aparecer. Com este desenho terminei mais um caderno (A6 - Canson Artbook one).

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