sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Arqueologia na Baixa de Lisboa

No trajecto que faço todos os dias para o trabalho, tenho assistido a obras na rua da vitória, na Baixa de Lisboa. Vou espreitando todos os dias para ver o que se descobre por debaixo da rua. Esta semana puseram a descoberto um belo pedaço da antiga calçada e arruamento pré-terramoto de 1755. É fascinante observar os degraus da porta e o pavimento avermelhado do interior de uma casa.


Fiz um desenho e acabou por ser um desafio para mim, todo o emaranhado de material, a definição do pavimento, mas soube-me bem o momento. A certa altura tornei o desenho mais livre e incluí o pavimento da rua que só se vê um pouco mais ao lado.



Tirei umas fotos onde se vê a arqueóloga a acompanhar e a coordenar o trabalho. Como provavelmente terá de ser destruído para fazer a estrutura para saneamento e cabos, fica a oportunidade para conhecer o passado e verificar como os arruamentos eram bem diferentes da estrutura rectilínea pombalina. Quem puder passar por lá e dar uma olhadela, recomendo. Este pedaço de história está na esquina entre a rua da vitória e a rua Augusta.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

12.12.12

12.12.2012 - Uma data que não é normal mas soa bem. São apenas números que contam o nosso tempo, mas que puxam pela nossa faceta de superstição. Uns podem aproveitar para jogar no totoloto ou na raspadinha, que parece está a ser um sucesso. Outros podem fazer cálculos de astrologia para ler o futuro.
Acho que será uma boa data para se nascer, para se casar (quem esquecerá o dia?) ou ainda para Portugal fazer um novo empréstimo para uma data semelhante, que será daqui a 1000 anos.

Por mim a ver se faço um desenho que me permita terminar um caderno que comecei em Junho. Falta uma página. Quase parece o calendário Maia em que a 21 será a última página e logo recomeçaremos uma nova Era. Precisamos de começar algo de novo que esta está em crise de crescimento.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Desenho com Guida Casella

No passado sábado fui a uma sessão de desenho no Museu Arqueológico do Carmo. Uma manhã de chuva intensa, mas uma grande curiosidade pelo tema "Viagens pelo Património" com a ilustradora Guida Casella. Vimos vários trabalhos, sketchbooks e um grande incentivo para aprender a desenhar com precisão, auxiliado pela fita métrica e o papel milimétrico.


Na parte prática da sessão, fomos para a sala do túmulo do rei D. Fernando I e começámos a tirar medidas. Não é fácil ao início com o jogo da escala do desenho, mas depois é trabalhar com as coordenadas.


Depois do papel milimétrico, passei a marcador para um papel vegetal. Dado o tempo que havia, ficámos com algumas dicas para "atacar" um desafio como este, que é todo o trabalho escultórico do túmulo.


O tempo foi curto para a nossa vontade de fazer mais, mas ficam as dicas. Gostei do modo como me pôs a observar com outros olhos para peças que nos passam um pouco ao lado nos museus. Dá-se mais valor ao trabalho do escultor e na procura do significado para o que está representado.


No fim os trabalhos expostos para troca de impressões. Foi a última sessão deste ciclo "Viagens e o diário gráfico". Agradecimentos à Rita Pires dos Santos do M.A.C. e à Guida Casella por nos abrir os olhos para este tipo de desenho.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Automóveis Clássicos no Barreiro

No domingo passado, mesmo ao fechar da mostra, fui ver a VII Exposição de Automóveis clássicos no parque da cidade do Barreiro. Foi uma boa hora, já não circulava quase ninguém e pude ouvir o som maravilhoso dos motores de algumas das viaturas. A essa hora já estavam a arrumar e a levar alguns dos automóveis. E estranhavam ver alguém ali a desenhar.



Depois do aquecimento decidi desenhar o Cadillac V8 de 1962...


Já mais quente das mãos e com o corpo bem frio, experimentei uma brincadeira com um Ford que me chamou a atenção. Deu-me gozo desenhá-lo.


Ainda aproveitei para colorir um pouco os desenhos e mostrei aos organizadores o que eu andava a fazer.


Para o ano há mais. Uma boa iniciativa da Câmara do Barreiro e do Clube de Automóveis Antigos da Costa Azul.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Surpresas



Por vezes apanho algumas supresas quando termino um desenho e verifico que algo ficou estranho. Olho para este e os braços estão com vida própria. Apesar da inclinação do corpo, aquele braço esquerdo parece que sai do sofá.
E na altura a única dúvida era apenas com o braço direito. Surpresas que me surgem no final.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Vivemos momentos históricos

Vivemos por estes dias momentos históricos. O mundo parece um prédio onde os problemas são assunto de todos. Umas guerras, crises, quem paga mais ou tem dívidas. Havemos de lembrar estes dias como de grande incerteza e muito falatório sobre o mesmo tema. Já não se consegue ouvir mais um debate sobre TSU ou IMI. Tudo se pode discutir que ninguém sabe o futuro. Valem os argumentos mais fortes e todos nós vamos sabendo viver debaixo deste duche frio.


É estranho como se tudo apenas se focasse num assunto. De repente o futebol e a casa dos segredos passam a ter menos tempo de antena (ainda bem!), mas em troca as conversas são deprimentes.
Temos de olhar para o modo de encarar a vida de muito anos por parte dos brasileiros. Parecia que a crise e a corrupção não acabavam mais, mas há vida para se viver, música e literatura por saborear, clarear as ideias, exercício físico, simplificar a observação da Natureza.

Outro dia fiquei a observar uma lua cheia enorme que se fixou ao fundo de uma avenida onde passava nessa altura. Era bela e fez-me sentir bem. Uma imagem que está no céu desde que há Terra e no entanto há algo de belo e motivador naquela imagem.
Vamos tentar simplificar o nosso modo de vida e apreciar as coisas que nos surgem diáriamente e não costumamos reparar. E relaxando a cabeça assim, poderemos sentir que vivemos momentos de mudança.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Desenhos animados às 03h30

As crianças à medida que crescem passam por várias fases. Nesta altura a minha filha acorda-me pelas 3, 4 horas da manhã para ir ver desenhos animados. Ao ínicio ainda os colocava no DVD, mas logo via que ela adormecia no colchão ou no sofá. Passei a ir com ela para a sala e simplesmente deixava-a deitada sem ligar a televisão.


Assusta um pouco ao início, um vulto a puxar pelo braço na escuridão para saír da cama. Mas com o tempo passamos a estar mais de guarda, sonos mais leves e acordar de manhã como se fosse um avião sem radar.
De madrugada custa não cambalear pelo corredor, evitar alguns móveis e chegar à sala. Outro dia dei uma valente cabeçada na parede.
Felizmente que há noites mais calmas e simplesmente ela acorda-me às 06h30, a um sábado.

domingo, 26 de agosto de 2012

Ilustração Científica com Pedro Salgado

Este fim de semana participei em 2 manhãs num workshop de Ilustração Científica com o professor Pedro Salgado, biólogo e ilustrador. Uma delícia sobre a importância desta àrea de comunicação científica.
Vimos exemplos de trabalhos acabados, trabalhos preliminares e todo o processo de realização de ilustrações que surgem em livros, revistas, zoo's, oceanários e demais utilizações.



A iniciativa da Câmara do Barreiro, que procura divulgar a ciência e a natureza, deu-nos uma oportunidade para conhecer um mundo que existe e por vezes nos passa ao lado. Vou passar a ter mais atenção à fauna e à flora e desafiar-me a desenhar vários tipos de árvore, o pormenor de um ramo ou um insecto. Abriu-me mesmo uma nova perspectiva no desenho. Excelente.

Parabéns ao Pedro Salgado e a sua capacidade de grande divulgador de ciência e desenho.

Links:
Filme (Expedição Amazonia) que assistimos no workshop.
Blog Papiro Papirus com links interessantes sobre ilustração científica

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Nas nuvens

Este fim de semana, fui até às praias da Arrábida e deu para ver um fenómeno metereológico.
Na praia estava muito nevoeiro, calor e humidade, não se via as outras praias. Na serra parecia que estávamos num avião.



Não é comum, mas quando acontece é uma bela imagem que podemos apreciar com calma. Perigoso para quem pensa que assim o sol não queima. Ainda vim de lá rosado.

A 1ª foto é do Portinho da Arrábida e a 2ª do Cabo Espichel.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Tall Ships Race em Lisboa

Grande calor se apanhou naquela tarde para ver os veleiros. Gostei da experiência, que puxou muito pela concentração e pelo desgaste físico. Muitas foram as pessoas que espreitavam o caderno, alguns miúdos pediram para ver e até alguns comentários engraçados.


Conseguir desenhar o navio russo MIR, sentado no chão à sombra e sempre com pessoas à espreita. Tive pena de não poder ver o navio alemão (Alexander von Humboldt II) e o Creoula. No primeiro caso esteve sempre fechado e no segundo a fila era enorme.


Mas não queria deixar de desenhar o alemão cujas cores gostei muito. No fim só apetecia uma massagem das que tanto sucesso fizeram na feira pelo Inst. Medicinas Tradicionais.
Gostei muito deste encontro dos Urbans Sketchers Portugal e com o desafio enorme que é desenhar estes belos veleiros.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Reportagem

Hoje ao final de um dia bem quente, vinha do trabalho e dou com um acidente no cruzamento da Rua da Prata, na baixa lisboeta. Tudo parado, trânsito em dificuldade e muito público a assistir.
Felizmente não foi grave, apenas uma porta amachucada. A polícia esteve a controlar o caso e a descongestionar o trânsito.


Mas como é uma rua onde circulam os eléctricos, tiveram de desviar as viaturas para o passeio onde eu desenhava a situação. Curioso que algumas pessoas passavam por mim, olhavam para o acidente e depois para o que fazia no caderno.
Apeteceu-me o desafio de desenhar o mais rápido possível com pormenores e ser o mais discreto que conseguisse. Discreto não passei, que até um turista num segway me perguntou por uma rua. Sem contar com um miúdo que em francês perguntava ao pai o que eu estava a fazer.

Num dia de temperaturas altas, é das situações mais chatas de acontecer e de manter as emoções arrefecidas. Mas pelo que vi não houve problema.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Pequeno-almoço no rio

Todos os dias precisamos de nos maravilhar com o quotidiano e na rotina dos transportes. Até na procura de motivos para desenhar às vezes não é fácil encontrar algo diferente, mas pego nas coisas simples.

Muitas vezes vejo que muitos passageiros tomam o pequeno almoço na viagem de barco para Lisboa. Um pacote de leite ou de sumo e uma sandes. Para muitos é o pouco tempo de manhã em casa e para outros o gosto por saír de casa em jejum e depois comer no caminho ou no café antes de entrar ao trabalho.


Esta rapariga ia bem descontraída a apreciar a paisagem e a beber um pacote de leite.
Muitos acabam por dormir ou vão a ler, mas gostei de a ver a saborear o passeio e a ver o rio. Em tantas viagens, acho que devemos procurar nos surpreender com a beleza de algo simples. A ondulação do rio, os barcos que passam, a paisagem de Lisboa (sempre linda vista do Tejo!) e até aproveitar para desenhar um pouco.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ao final do dia...

Ao final do dia sabe bem estar em família, ver um pouco de televisão, aproveitar o calor para andar descalço em casa.


A programação da televisão vai repetindo as mesmas fórmulas e tenho aproveitado para rever uns filmes em DVD. Não sei se vale a pena ter uns 100 canais quando o que queremos é aproveitar o tempo para aprender um pouco, brincar com a pequena e relaxar a cabeça com uma boa história.

Aqui aproveitei para desenhar enquanto passava uma nova novela brasileira na SIC. A pequena já dormia depois de ter visto os desenhos animados da pantera cor de rosa. Sabe muito bem ao final de um dia de trabalho.

sábado, 30 de junho de 2012

Dia B no Barreiro

Hoje, 30 de Junho foi dia B, uma iniciativa da Câmara do Barreiro, para um dia dedicado ao voluntariado urbano. Uma ideia muito boa para dar uma imagem mais positiva da cidade. Era necessário inscrição. O movimento involvia arranjo, limpeza e requalificação de espaços públicos e também ideias para arte urbana. Vi durante a manhã alguns grupos e ao almoço estive a admirar a pintura de um muro ao pé de mim.





Enquanto fotografava, um senhor de idade perguntou-me se era engenheiro da Câmara. Disse que era apenas apreciador de arte urbana e satisfeito por melhorar muito o espaço. O senhor desculpou-se porque assumiu que ao ver-me falar com o rapaz e tirando fotos que seria da organização. Curioso.
Venham mais dias destes que da próxima irei tirar também as "mãos dos bolsos".

segunda-feira, 25 de junho de 2012

27º Encontro UsKP - Castelo Sesimbra

Para o 27º encontro dos Urban Sketchers Portugal, o local era o castelo de Sesimbra. Não pude ir de manhã, de modo que por volta da hora do calor, fui visitar, desenhar um pouco e pôr a conversa em dia com outros Urban Sketchers.


Encontrei um lugar à sombra na companhia de algumas formigas e pequenos bichos, desenhei o edifício anexo à igreja onde se encontra o núcleo de arqueologia. Correu bem o desenho, quase uma hora bem passada.
Por volta das 17h30, troca de impressões, um moscatel e alguma conversa.


Exposição de cadernos...

Próximo fim de semana, o encontro é no convento de Cristo em Tomar.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sem bateria

No domingo passado tive azar com o carro. A caminho de visitar uma prima em Alfarim, perto de Sesimbra, a viatura desliga a direcção assistida e desata a piscar as luzes todas. Parou à entrada da localidade sem bateria.


Consegui a ajuda de um senhor que na sua garagem improvisada, carregou a bateria. O problema era mais sério, tinha a ver com o alternador. Não percebo muito de mecânica, mas fiquei a saber os pormenores.
Desenhei o meu carro enquanto esperava o carregamento da bateria. Consegui voltar para casa antes de anoitecer. Foi para a oficina no dia seguinte.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Depois da chuva, o calor

Ainda na segunda fiquei com os pés molhados da chuva e hoje temos um calor de Junho.
Nem dá tempo para os corpos se habituarem à diferença.


O tempo está a ficar bom para desenhar ao ar livre. Estes foram feitos no feriado do 1º de Maio, num dia cinzento de chuva. Enquanto uns andavam nos descontos do Pingo Doce, estive a saborear a paisagem do rio Tejo.

domingo, 6 de maio de 2012

Biblioteca Itinerante

Ontem passei na Feira do Livro de Lisboa. Já lá vou há uns anos e tento ir pelo menos para dar uma espreitadela ao ambiente. Achei um pouco mais pequena, mas mantém a essência. A Praça Leya continua pequena para tantas sessões de autógrafo e a da Porto Editora está bem planificada, mas prefiro ver as editoras mais pequenas. Os Alfarrabistas também fazem parte da pesquisa. Desta vez não trouxe livro nenhum, resistindo à tentação de 3 ou 4 que vi. Mas gostei muito do momento na Biblioteca itinerante.



Junto do pavilhão das Bibliotecas municipais, está estacionado uma velha citröen que serviu de biblioteca nos anos 60 até final dos 80. Isto contado por uma senhora que me observava a desenhar a carrinha. Percebi isso e no fim fui falar com ela e mostrar o desenho. A primeira coisa que me disse foi se queria vê-la por dentro. Disse que sim. E que esperasse que estavam 2 actores a usarem-na como camarim. Assim que saíram, fui conhecer a biblioteca. Os livros expostos (cerca de 650) mostravam as coleções que percorriam os bairros de Lisboa e que vieram acrescentar mais valor às bibliotecas de jardim, que não conhecia.
A D. Josefa, explicou-me mais alguns detalhes, mantendo uma alegria a falar sobre o trabalho que desempenha. Os olhos brilhavam, enquanto falava de todas as pessoas que tiveram acesso à literatura em tantos anos. Adorei a visita, o momento e ainda me deu mais prazer ter desenhado a velha citröen.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Surf no Barreiro

Achei engraçada a notícia que passava na televisão na sexta passada. Um grupo de surfistas no Barreiro a aproveitar a ondulação causada pela passagem dos catamarãs. Eu que todos os dias faço esse trajeto nunca os tinha visto a apanhar as ondas. Conheço bem a ondulação que se sente quando cruzamos com um catamarã em sentido contrário, mas daí a aproveitar para surfar é mesmo de sentido de oportunidade.


Mas foi curioso como se têm boas ideias, se aproveitam efeitos secundários para uma actividade. Não tinha coragem de me enfiar naquelas águas do tejo, mas gosto de ver que há quem as saboreie de outro modo.

Gosto muito de estar à beira rio, no Barreiro, em dias de sol e muita gente vai para as esplanadas ao final da tarde saborear a vista para o Seixal, Almada e Lisboa. E há quem pesque naquelas águas. Desta vez, desenhei um que tentava apanhar algo enquanto via alguns peixes a saltarem ao largo.
Uma paisagem diferente, com potencial turístico mas que apenas vai entretando os barreirenses. Ainda gostava de ver o Barreiro Velho aproveitado como a zona antiga do Seixal e de toda a baía.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Colosso grego

Acabei há pouco tempo de ler um livro que achei excelente, do melhor que li ultimamente. "O Colosso de Maroussi" do Henry Miller. Sobre a viagem do autor de "Trópico de Câncer" à Grécia em 1939, a convite de um escritor amigo, Lawrence Durrel.

Gosto do modo como o Miller encarou toda a viagem e como teve a epifania, mudando para sempre toda a visão da vida do escritor. Adoro como ele, sendo americano, critica os gregos emigrantes, que apenas dizem mal da terra natal e sobrevalorizam os EUA. Ele critica todo um modo de vida consumista e saboreia toda a simplicidade das paisagens cruas e agrestes do país, a energia dos poetas e escritores gregos (o título do livro refere-se ao poeta Giorgos Katsimbalis) e elogia a terra escolhida dos deuses pela Luz.


Fiquei com vontade ler mais livros do Miller, especialmente os escritos após esta viagem. E fiquei ainda com vontade de revisitar a Grécia. Na altura em que lá estive, foi uma desilusão ver pedras que já foram monumentos e observei pouco, o melhor que a Grécia tem de cultura e no carácter do povo. Aguentam há quase 2 anos estoicamente, uma das maiores crises mundiais e esperam saír dela.

Algumas das frases que me ficaram do livro:

“A Grécia, por muito que esteja despida e escanzelada como um lobo, é o único paraíso da Europa.”
“Uma Grécia revitalizada poderia perfeitamente alterar o destino de toda a Europa.”

“Entrámos em choque. Não suporto essa ideia, enraizada na mente dos povos pequenos, de que a América é a esperança do mundo.”

Katsimbalis - “De que me servia ser escritor, um escritor grego? Ninguém lê em grego.”

E no epílogo tem uma carta do amigo Durrel sobre uma das histórias do "Colosso" chamada "galos de Ápia" que é brilhante e define a personalidade do poeta. Lembrou-me um pouco também do Zorba.

Nota: Tirei esta foto em Atenas do alto da Acrópole.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Quando temos tempo

Sábado passado fiquei com a minha filha a dormir no carro. Para não a acordar, resolvi andar um pouco pelo Barreiro. Pensei em ir até à zona industrial da Quimiparque e procurar uma paisagem para desenhar enquanto ela dormia.
Escolhi um local com vista para uma estrutura de vários andares com muitos detalhes.


Estacionei, ela continuou a dormir e permiti-me oferecer uma 1 hora para desenhar com calma, descontraído e com tempo para detalhes. Soube mesmo bem o momento. O resultado está aqui. Quis passar um pouco de côr no ambiente, mas penso que a preto e branco tinha ficado melhor.
Deixei o resto da página em branco e já não toquei em mais nada. Gostei. Do momento e da criatividade que também coloquei.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Arriscar no estrangeiro

Todos os dias a ser bombardeado com notícias da crise, vou-me interessando em ver outros aspectos que se vão falando. Um deles é o da emigração dos portugueses.
Vi uma reportagem numa televisão sobre os problemas de cidadãos nacionais em problemas em Inglaterra e na Suíça. Os casos que vi eram da construção civil, que devido à falta de obras em Portugal, resolveram tentar a sorte fora.


A reportagem acompanhou um homem num expresso com destino a Genebra, na parte francesa da Suíça. Tinha pago o bilhete de transporte, estava a ser entrevistado sobre as condições que esperava e apenas com 60 euros no bolso. Não sabia falar francês, mas tinha um contacto que lhe prometera um trabalho razoavelmente bem pago. Cheio de esperança, desce no destino e tem logo o apoio de um português que vive há muito lá e estava a ajudar recém chegados. Tentaram logo telefonar numa cabine e o contacto dava impedido. O homem soltou logo uma série de asneiras e no olhar o desespero surge de repente. Sozinho, sem saber a língua e sem dinheiro para comprar um bilhete de volta.


Há o risco mas também há que ter um plano B para o caso de algo falhar. Nesta altura até nesses países há desemprego. E sem qualificações, nada o vai distinguir de um espanhol, um italiano ou de um grego nas mesmas situações. É o desespero que vem ao de cima.

E o sol continua. Sem chuva à vista. O verão vai mesmo ser quente e seco. Como em 1975?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Equilíbrios

Passou mais um Carnaval, ligeiramente diferente dos outros anos, mas o pessoal não deixou de se divertir. Deu para perceber que a crise é uma boa semente para bom humor, boas ideias e para maior divertimento. Como a vida é feita de equilíbrio, contrapomos a falta de dinheiro com maior necessidade de festa.
Os dias continuam de céu azul e com muitas alergias, frio de noite e quente à tarde, menos concertos musicais e mais tosses em concerto nos transportes públicos. O equílibrio das partes mantém-se.


Lembrei-me deste desenho por ver mais pessoas a lerem livros e jornais por pads ou e-books. Por acaso consegui ver este kindle no metro e não gostei da primeira impressão. Também já vi o ipad e achei mais parecido com uma televisão para ver filmes. Não sei como será com os livros, mas numa coisa bate, é pelo peso dos livros que a maior parte leva para ler no metro. É cada calhamaço, parece que só vejo os livros de 800 páginas. Eu ando com um de 400 e já acho que é grande. Vai mesmo pelo gosto de cada um. Enfim, o equilíbrio mantém-se.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ai se eu te pego

1. Tá rolando um sucesso do Brasil "Ai se eu te pego". E pegou mesmo! Já o oiço em todo o lado e ainda não chegou o verão em Portugal. Antes os sucessos brasileiros chegavam só na estação seguinte ao nosso país, mas agora não dá para chegar atrasado com a Net. Até já a ouvi na creche da pequena.


Mas penso que chegou em boa altura. Adequa-se à relação entre as finanças e os contribuintes ou mesmo à vaga de constipações e gripes nos transportes públicos.
A canção é tão simples que até parece que não é nada, mas faz mexer os braços e a anca. Podem muitos odiar a canção (e há-de fartar a todos), mas pega bem de ouvido. No carnaval já se sabe que vai ser até gastar.

2. E passou mais um dia dos namorados com a normal corrida aos ramos de flores. E continuo sem entender se alguém compra os ursinhos, as almofadas em coração ou os diplomas para "melhor namorado/a do mundo". Todos os anos vejo à venda, mas nunca vejo ninguém a comprá-los. Mas se estão nas montras, vendem. Por mim, não sigo o dia, ofereço noutros dias. Tem de se ir namorando.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Vou passar a andar a pé

Entramos em fevereiro com o mesmo clima de Janeiro. Frio, sol e medidas criativas para pagarmos mais ao Estado. Subiram este mês os passes e demais bilhetes de transporte, com um novo título chamado "navegante" que substitui os passes do metro e da carris.
No Porto existe um chamado "andante" e em Lisboa ficou o "navegante". Pensava eu que pelo nome iria incluír o transporte fluvial no Tejo, mas não, tem de ser um combinado com os barcos. Podiam ter puxado pela cabeça e chamar-se "passante", sendo um passe ou "pedante", pelas vezes que vamos de pé ou pelo valor que atinge na carteira.


Com isto tudo e aproveitando o tempo, comecei a ir a pé do Terreiro do Paço até à Avenida de Liberdade, fazendo uma bela caminhada logo pela fresca. Tenho aproveitado para observar as pessoas, as lojas a abrirem e a arquitectura dos edifícios da baixa. Por enquanto, apanho o metro na volta do trabalho, mas começando a clarear o dia, começo a ir a pé também.
Só não dá para atravessar o Tejo a nado, mas também sem o barco iria perder os "modelos" que desenho diariamente.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Loucas noites

"Loucas são as noites, que passo sem dormir,
loucas são as noites."

É o refrão de uma das canções que mais gosto do Pedro Abrunhosa, "Lua".
Pois, ultimamente, as minhas noites têm sido loucas com uma miúda de 2 anos a chorar pelas 02h ou 03h. Acorda, chora e quer ir para a sala ver desenhos animados. E a essa hora o frio é também companheiro enquanto cambaleio na escuridão. Não dá para entender o comportamento e também não tenho tido cabeça para pensar nisso. As noites vão acumulando e o cansaço também. Suspiro por uma noite seguida.


Chego a casa, ligo o computador para ver o que se vai passando na Net, mas depois de fazer as actualizações e jantar, já não há energia para estar ao teclado. Algumas noites nem vejo nada, desligo o computador e vou para a cama. Esperando dormir umas 4 ou 5 horas. Ainda se estivesse calor...

Penso que será uma fase, a educação e a criatividade conseguirão manobrar os horários e chegaremos a um compromisso familiar. Boa noite.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Saldos antigos.

Um Bom Ano a todos. Janeiro começa seco e frio, não tanto como esperava, mas o suficiente para abrir gretas nas mãos e andar constantemente a pôr creme. Aquela época dos vidros embaciados no carro e não vermos nada quando saímos do estacionamento. Ou a quantidade de casacos que faz com que o cinto de segurança pareça curto. A época que nos faz ter saudades do verão.


Não tenho por hábito andar aos saldos nesta altura nem no verão. Acaba por ser um desilusão o que se encontra aos saldos. São tamanhos que nem sabia existirem ou roupas de 2005 ou 2007, na altura em que havia crédito e não se venderam e agora ainda pior. Mas é sempre interessante observar os espaços e as pessoas.


Os descontos são realmente grandes mas é dificil encontrar alguma coisa que nos sirva ou que valha a pena trazer. Por vezes encontro roupas melhores que estão na secção "Nova coleção".
Para os miúdos vale sempre a pena comprar com os descontos, mas aí as contas são pelos tamanhos e pela estação. Uma roupa de 4/5 anos deverá servir a uma criança de 2/3 anos. Percebo que a dificuldade dos tamanhos começa logo em novo. E deverão servir no próximo verão.

Mais visitadas...