Todos os dias a ser bombardeado com notícias da crise, vou-me interessando em ver outros aspectos que se vão falando. Um deles é o da emigração dos portugueses.
Vi uma reportagem numa televisão sobre os problemas de cidadãos nacionais em problemas em Inglaterra e na Suíça. Os casos que vi eram da construção civil, que devido à falta de obras em Portugal, resolveram tentar a sorte fora.
A reportagem acompanhou um homem num expresso com destino a Genebra, na parte francesa da Suíça. Tinha pago o bilhete de transporte, estava a ser entrevistado sobre as condições que esperava e apenas com 60 euros no bolso. Não sabia falar francês, mas tinha um contacto que lhe prometera um trabalho razoavelmente bem pago. Cheio de esperança, desce no destino e tem logo o apoio de um português que vive há muito lá e estava a ajudar recém chegados. Tentaram logo telefonar numa cabine e o contacto dava impedido. O homem soltou logo uma série de asneiras e no olhar o desespero surge de repente. Sozinho, sem saber a língua e sem dinheiro para comprar um bilhete de volta.
Há o risco mas também há que ter um plano B para o caso de algo falhar. Nesta altura até nesses países há desemprego. E sem qualificações, nada o vai distinguir de um espanhol, um italiano ou de um grego nas mesmas situações. É o desespero que vem ao de cima.
E o sol continua. Sem chuva à vista. O verão vai mesmo ser quente e seco. Como em 1975?
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