sábado, 29 de agosto de 2015

Beco de Santa Marta


Um desenho na vertical para apanhar o Beco de Santa Marta que liga à rua com o mesmo nome. Ao fundo as portas são dos serviços de limpeza da Junta de Freguesia de onde saíram três funcionários que não me deram tempo de os colocar no caderno à medida que desciam na conversa. 
Fiquei a desenhar junto dos caixotes de fruta de uma frutaria ao lado da dona que conversava com a da loja ao lado. Iam espreitando o que ia fazendo no diário-gráfico. Não ficaram para ver o resultado final. Havia clientes para atender.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Fui à praia do Torel


Ontem na pausa de almoço resolvi dar um pulo à famosa praia urbana no jardim do Torel, no centro de Lisboa. Já conhecia o miradouro e o espaço que abre as vistas para a colina do Bairro Alto e Avenida da Liberdade, mas agora vi um local bem diferente. Apetrechado com nova esplanada, o lago cheio de água, miúdos a nadarem e adultos a apanharem sol na areia ou à sombra dos chapéus de um banco deste Milénio. Não faltava o chuveiro e nadador salvador que captei no meu desenho. Tem também uma pequena biblioteca. Serve muito bem quem não pode ir até às praias da Linha ou da Caparica.
Escolhi um local quase à sombra e logo um agente da autoridade se colocou à minha frente para aproveitar também a sombra. Ele perguntou-me se não estorvava. Disse que não e acabou também por ficar na moldura.
Colori ainda no local e no fim fui mostrar ao polícía. Ele ficou supreendido porque tinha pensado que estava a fazer algum levantamento de dados para a Junta de Freguesia ou da Câmara. Disse-lhe que já me tomaram por funcionário camarário quando desenho nas diversas ruelas desta bela cidade.
Apetecia um mergulho com o calor que estava. Voltei ao trabalho.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

No ecrân de um smartphone


À distãncia que estava e conseguia ver mesmo bem as fotos de um bébé no enorme ecrân de um smartphone. A rapariga atrás ia comentando com a amiga na fila da frente. Do lado do corredor ia tudo meio amorfo quase sonolento. No 2º piso da travessia de barco Lisboa-Barreiro.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Traseiras de Lisboa


Mais uma pausa de almoço, mais um desenho. Desta vez subi a Travessa Larga em direcção à rua do Passadiço, junto ao Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto. 
Este desenho é de um terreno abandonado junto ao estacionamento do dito Instituto, nas traseiras de um edificio devoluto que dá para a rua de Santa Marta. Gosto de ver o emaranhado de varandas em ferro forjado, pequenas chaminés e antenas na diagonal. Proporcionam desafios para encaixar tudo na folha, mas podemos pensar que são pedaços desta cidade que esperam quem lhes dê nova vida.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Pombos na Cardal de São José


Voltei a comprar a "Marmita" na estação fluvial do Terreiro do Paço e que depois aqueço no micro-ondas da copa no trabalho. Acabo por ter mais tempo na pausa de almoço para deambular pelas ruas da freguesia de Santo António em Lisboa.
Ontem percorria a Rua do Cardal de São José e vi um edifício em obras, puxei do caderno, mas não me atraíu a desenhar com um tapume muito grande à frente. Nas minhas costas um conjunto de casas velhas chamaram-me a atenção. Quem me chamou foram os pombos, mas desenhei o alinhamento final desta rua e não me esqueci destas "personagens" de Lisboa que se encontravam em pausa à sombra dos telheiros.
Ainda deixei um erro de perspectiva no tapume verde que não acompanhou a linha de fundo. Desculpo-me com o sol bem quente que já me fervia a cabeça.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Rappel na Rua do Carrião.


Na pausa de almoço, apanhei um pintor em rappel num edifício antigo em plena rua do Carrião. Chamava a atenção a todos que passavam. Aproveitei e fiz o registo no caderno.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Metro Estação Colagem


Por causa do calor resolvi apanhar o metro para não chegar ao trabalho a pingar (não sei como fazem as pessoas que vão de bicicleta?) e assim pude treinar alguns desenhos no cais e em plena linha azul.
De costas estavam à minha frente no cais e os outros foram em plena viagem. Já me tinha esquecido que é um transporte que é um manancial de poses, expressões, conversas para passar para o diário-gráfico. Até a mão estava mais ligeira a rabiscar.
Em casa, ao serão, fui colorir depois de ter lido uma entrevista à jornalista-escritora Alexandra Lucas Coelho e no processo de coloração resolvi colar algumas das frases mais fortes dessa boa entrevista do suplemento Ipsílon do Público.
Usei os marcadores da minha filha e gostei do resultado.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Esquerda - Direita


Sentado no 2º piso do barco, desenhei a rapariga do tablet que estava à minha direita e juntei duas mulheres a dormir à minha esquerda. Achei engraçado o processo de união dos 2 desenhos e a certa altura a decisão era saber onde terminava um plano e começava o outro. Gosto da experiência.

Quando o barco atracou estavam duas senhoras de leque atrás da rapariga de casaco verde a comentarem à vontade os meus desenhos. Levantei-me e olharam bem para mim, se calhar para verem como é um tipo que faz desenhos, se corresponde a algum imagem que as pessoas tenham de um desenhador. 
Tal como temos curiosidade em conhecer a imagem de alguém cuja a voz estivémos a ouvir nas cadeiras atrás de nós e se corresponde ao sketch mental que entretanto fizémos na viagem.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Uma bicicleta


Desta vez o passageiro captado em desenho foi uma bicicleta. Diáriamente circulam 2 ou 3 biclas em cada viagem. Há espaços para estes "passageiros", normalmente ao fundo do barco ou como neste caso junto à porta de saída a bombordo e perto da escadaria que liga ao 2º piso.
A bicicleta é bem bonita e com uma estrutura que a deixa acima da média das biclas normais de passeio. Pude terminar o desenho e no fim o dono apareceu. Não deu por mim ou se calhar sim, porque se atrapalhou a preparar a saída e o capacete foi parar ao chão e mais uns apetrechos. A sorte é que o barco atracou do outro lado, senão estaria o espaço completamente cheio de passageiros em fúria para saír.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Desenho na proa


Um desenho na proa do barco. O local onde vão mais passageiros. Em dias de muito calor abrem a porta e corre a brisa do Tejo até à popa. Tudo a dormitar ou a jogar no telemóvel.
Curiosidade de ouvir falar em italiano de umas raparigas mais à frente e um nariz a espreitar o meu desenho. Estava todo inclinado para a direita para ver os detalhes da porta quando viro-me para a esquerda e tenho uma senhora inclinada para o meu lado a ver o que desenhava. Não disfarçou e manteve o olhar no caderno.
À saída os passageiros levantam-se antes do barco atracar e o corredor fica cheio de pessoal de pé. As italianas ficaram à espera de saír mesmo ao meu lado, enquanto acabava de desenhar e aproveitaram para espreitar também.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Evitar os períodos de maior calor


Uns dias nublados e mais agradáveis seguem-se outros de calor intenso. Não podemos dizer que não estamos em Agosto e que este verão está mesmo quente, especialmente no interior do país, especialmente em zonas de floresta que são massacradas nesta altura com os fogos e respectivas reportagens televisivas com os mais novos jornalistas em campo.
Há regras básicas que os antigos seguiam e que continuam certas, como evitar as horas de maior calor para estar na rua, na praia ou a correr. Mesmo bebendo os líquidos necessários, o melhor é mesmo estar à sombra ou num local com o Ar Condicionado com temperaturas decentes e não como em algumas lojas de roupa.
Quem como eu atravessa a Baixa de Lisboa ao final da tarde e sente o suor a escorrer pelas costas, as pernas a colarem nas calças e se mete num barco que é uma estufa enquanto está atracado, sente o corpo a amolecer, a ensonar, aguardando pelo início da viagem e esperar por uma brisa do Tejo. Os leques trabalham bem, falta só uma app no telemóvel que nos faça resfrescar a pele.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Atmosfera na travessia do Tejo


Gosto muito de desenhar nas travessias diárias do rio Tejo. Há sempre algo que nos chama a atenção. O ambiente é normalmente calmo, silêncio de manhã e à tarde com mais conversa. As pessoas em grupo viram-se para conversar com os colegas de trás, há poses de espreguiçanço como no primeiro desenho, leituras diversas e muita gente em meditação com os olhos fechados nos sonhos de quem é embalado na ondulação do Tejo.


E claro há sempre quem ache curioso um tipo de caderno a escrevinhar e a olhar. E alguns ganham coragem de espreitar e muito raramente metem conversa comigo. A atmosfera quotidiana nas travessias entre Lisboa e o Barreiro.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O Puto do Record


Estava sentado do lado do corredor no piso superior do barco Lisboa-Barreiro, quando vi ao lado um rapaz com uns 10 anos que estava a ler as notícias pequenas do jornal Record. O Pai ao lado ia falando com ele, provavelmente explicando o mundo do Futebol.
Lembro-me de uma entrevista com um antigo jornalista d'A Bola explicar que muitos miúdos há 30 ou 40 anos tinham acesso às leituras desse jornal, que essa era a literatura possível e que muitos desenvolveram a capacidade de leitura, raciocínio e opinião nesses textos que comentavam os jogos de domingo à tarde.
A postura do miúdo era muito relaxada, com a perna esquerda em cima da perna do pai. Acabada a leitura do jornal, começou num jogo na playstation portátil.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Uma conversa gesticulada


Mais uma vez, de pé, ao fundo do barco. Uma conversa bem animada mesmo à minha frente e a rapariga do telemóvel a sentir-se incomodada pelas mexidas do tipo do meio. Falava com energia, gesticulando no seu pequeno espaço e procurando manter os braços nas vertical para não atingir a vizinha do lado. A mulher à direita ia fazendo pequenos apontamentos na conversa.

Em segundo plano, os passageiros que esperam a abertura da porta ainda a viagem vai a meio. Se calhar para apanhar o fresco do ar condicionado que fica mesmo no tecto, naquela zona.
Encostado a um extintor, no local onde normalmente vão as bicicletas, apontei o que vi no caderno e os 20 minutos voaram. Colori em casa, de memória.

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