sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Lisboa que vai mudando IX



De regresso à Rua de São José, num dia de muita chuva, protejo-me na entrada de uma garagem e aproveito para desenhar o edifício onde fica a sapataria Caciano. O número 132 apresenta uma montra com um amontoado de sapatos e a loja também está cheia de caixas. Quando vim trabalhar para esta rua em 2008, o Sr. Caciano estava sempre à porta a ver passar as pessoas. Nos últimos tempos e já com 90 anos, permanecia sentado à entrada. Depois deixei de o ver. Disseram-me que tinha ido para um Lar e que algum familiar estava a tentar vender parte da mercadoria com desconto. Não me lembro de ver algum cliente na loja, mas é uma casa com um formato obsoleto e o amontoado de caixas não ajuda. Tudo comprado pelo dono, num ano em que o iva iria subir e assim conseguir um valor mais baixo!
Neste dia, a roupa estendida estava toda encharcada com a chuva e não se via mais ninguém no edificío. Ao lado da sapataria, um antiquário que já havia desenhado.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Lisboa que vai mudando VIII


Subo à Rua de Santa Marta, onde me disseram que há uma frutaria que irá fechar no final de Dezembro. O edifício é bem bonito, faço uns traços e ainda durante a pausa de almoço vou falar com o dono. O Sr. Almeida diz-me que está ali desde 1980 e que esperou quase 2 anos para vender a sua loja. Está satisfeito pelo negócio. A loja é espaçosa e já conta metade das prateleiras vazias - vai ser uma pizzaria. Ao lado mantém-se um centro de estética.
Todos me dizem que o negócio das mercearias é muito complicado no centro da cidade, a faturação não chega para pagar as rendas actuais e as pessoas preferem as grandes superfícies. 
Para quem ficar a viver no centro, terá de se deslocar aos arredores de Lisboa para fazer as compras? Só me estou a lembrar de um Pingo Doce na rua 1º de Dezembro ao lado do Rossio.

Mais visitadas...