sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Património Imaterial do Alentejo


O Cante Alentejano é Património Imaterial da Humanidade, atribuído pela UNESCO. Um prémio para o esforço de muitos que querem mostrar que é uma Arte que se mantém viva e com importância que ultrapassa as fronteiras do Alentejo. O Cante para quem não é desta região do sul é um pouco estranho e ligam logo aos sketches do Herman José a cantar "às 4 da madrugada" infinitamente. É muito mais que isso e que é necessário mostrar.

Gosto de o ouvir, mas no meu caso, quando viajo até ao sul e o ambiente, a gastronomia, a companhia favorecem a escuta com o coração. É estranho para mim quando vejo na televisão ou oiço no rádio. Acho que se deve ouvir numa tasquinha, com petiscos, bom vinho e uma boa acústica. Aí é de arrepiar. A harmonia, a letra, o sentimento.

Acho que pode ser uma excelente oportunidade para a região desenvolver aínda mais o turismo, aliando a outros factores que nos levam a viajar, a observar a paisagem, o silêncio nos campos.
Tenho ideia que no futuro poderemos ter uma Toscânia no sul do país, com ouvidos no cante e os outros sentidos no vinho, queijo, nas sopas e boa disposição com sotaque.

É Património e tem de ser defendido, juntamento com o Fado e a dieta mediterrânea. Tem de ser ouvido e saboreado cá.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Uma agulha na sala de espera.


Numa das visitas que faço à Maternidade Dr. Alfredo da Costa, apanhei uma situação curiosa na sala de espera. Um rapaz estava a coser o forro do casaco. Fazia-o com habilidade de quem domina a agulha e a linha. As pessoas à volta achavam estranho e uma senhora ao meu lado não se conteve e perguntou-lhe porque o fazia nesse momento.
Se há momentos que temos tempo, este é um deles - porque não coser um botão ou um forro. Há quem faça malha. Continuei a ver a destreza com a mão esquerda e sem dedal.
Nas minhas notas, a cosedura ficou como "cozendo", como se ali estivesse a preparar um guisado. Era apenas um rapaz com habilidade e sem problemas de ser o centro das atenções onde todos estão a olhar para o relógio ou o telemóvel.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

VHS na esquina da Rua do Carrião


Na volta da pausa de almoço, encontro uma imagem que é uma das fraquezas das cidade de Lisboa. Na esquina da rua do Carrião com a rua do Passadiço, um monte de lixo espalhado na calçada. Alguém deixou uns sacos junto da papeleira e depois abriram-nos e deixaram tudo a apanhar sol.
Quando lá cheguei mais perto reparei que a maior parte eram caixas de cassetes VHS, não sei se estariam todas vazias, mas achei interessante a escolha feita na limpeza da casa de alguém.
Havia algumas caixas com espectáculos de circo, algum teatro de revista, Fado, magia com Luís de Matos e até o concerto de José Afonso no coliseu.
Lembrou-me as caixas VHS que tanto trabalho me davam a seleccionar as capas e a ter as lombadas com os nomes. Parece que os anos 90 já foram há muito e agora há que fazer uma limpeza para arranjar espaço para os livros. Provavelmente a estante estará lá amanhã, na esquina.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Tão bom desenhar pessoas na conversa!


Apanhei a situação do desenho ao final do dia, na travessia do Tejo. Um rapaz falava animado com 2 raparigas da frente. Para mim foi óptimo desenhar uma cabeça de frente para mim e ao mesmo tempo ver a dificuldade com que as raparigas se esforçavam para torcer o pescoço e ouvir as piadas do rapaz.
É um prazer encontrar pessoas na conversa. Possibilita uma alternativa à rotineira pose de perfil ou de nuca. Gosto de desenhar assim.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ler. Como será o futuro deste prazer?


Ontem estive a ver um documentário que havia gravado na RTP2 sobre o futuro dos livros no mundo. Passando a questão entre livros em papel e livros digitais (o importante é ler, não importa o meio), acho que a preservação dos livros digitais será um dos grandes problemas no futuro. Há quem tenha livros em disketes ou DVD, mas teremos leitores para aceder a essa informação? Há livros em papel com 500 anos.
Outra das questões que surge no documentário é a forma como se lê hoje em dia. Os mais jovens preferem resumos, até nós nos habituamos a ler os cabeçalhos das notícias no telemóvel e acabamos por não ter tempo para leituras mais profundas. Onde arranjamos tempo para grandes obras?
Com tantos meios visuais, como incentivar a leitura de "calhamaços" junto dos adolescentes ou a forma como se pesquisa a informação dependendo todo o mundo dos algoritmos da Google? Outra das questões.
Ainda fiquei a pensar no que gastamos para preservar toda a cultura, todos os livros escritos até hoje. No futuro quem conseguirá separar dessa gigante "massa" de informação o que quer ler?
Poderíamos apenas ler resumos dos clássicos e passar adiante para literaturas mais modernas ou mais leves. Há sempre alguém que espera que façam um filme de algum livro e poder "lê-lo" em 2 horas num ecrân.
Chego ao fim do post com mais perguntas que respostas, mas acho que sempre foi assim. As perguntas são diferentes, mas haverá sempre estas dúvidas. 
Boas leituras!

Trailer do documentário aqui.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Na Rua do Passadiço em Lisboa


Na passada quarta-feira, numa pausa de almoço, passei pela rua do passadiço e encontrei este edifício devoluto à esquina com as marcas do tempo e um cacto lindo na varanda.
Colori hoje na pausa do almoço. Enquanto não chover a sério vai dando para fazer uns bonecos nesta cidade.

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