Um café na padaria portuguesa dos Restauradores em Lisboa. Logo de manhã, oiço na mesa ao lado um casal de japoneses à gargalhada. A mulher ria a bom rir com o que o homem dizia. Naturalmente não percebi nada e apenas eles é que riam em todo o café. Quase parece uma arma secreta, isto de haver línguas que não entendemos nada. O mesmo sucederia se estivesse a contar piadas em português num café em Tóquio.
Normalmente, apanho algumas palavras em francês ou espanhol ou italiano e percebo o contexto dos grupos de turistas que falam estas línguas, mas é sempre tão estranho estar ao lado de alguém a falar e não entender nada. Podem simplesmente estar a comentar sobre quem está ao lado ou a contar os maiores disparates. Essa é também uma das grandes liberdades que sentimos como viajantes em países estrangeiros.