Mais uma distração numa das viagens de barco Lisboa-Barreiro. O desenho da direita acabou por ser imaginado, pois apenas tinha feito a cabeça da rapariga sentada.
Da esquerda, as mulheres estavam perto de mim e a postura era mesmo esta, menos a cabeçorra.
É sempre difícil saber o que fazer de um desenho, especialmente de pessoas, que não conseguimos terminar. Quantos pés, cabeças e mãos ficavam sozinhas no caderno e acabava muitas vezes por completar com outra pessoa. Se uma das técnicas é desenhar logo o que se mexe mais, como as mãos, o que poderemos fazer quando se coloca alguém entre nós e o objecto. Acelerar o desenho definitivamente.
Ficam sempre alguns truques na nossa cabeça que não se revelam no papel. E isso é o mais importante. Se uma mulher tinha saia ou calças, depende do momento em que terminarmos o desenho, mas só nós sabemos o que era na realidade.
E ficaram as pobres mulheres no ar sem as respectivas cadeiras...
4 comentários:
A Inma Serrano nunca desenha as cadeiras! =)
Acho muito giro um desenho ser o puzzle de várias pessoas. Quando não se tem muita experiência é uma excelente solução para evitar ficarmos frustrados constantemente com os nossos desenhos.
Finalmente, adoro o teu desenho! Está mesmo fantástico. Os teus desenhos de pessoas são dos que mais gosto dos muitos que vejo todos os dias de sketchers de todo o mundo! =)
Obrigado Rita, desenhar pessoas é das coisas que mais me fascina e ainda encontro dificuldade em captar as poses, as expressões, mas todos os dias se aprende mais um pouco.
Deixo as cadeiras para o fim porque são imóveis e chego ao fim e penso que não fazem falta.
Também eu já me fiz as mesmas perguntas, Henrique... Acho que todo o desenho tem uma parte "nossa", mesmo quando é fiel à realidade. Quando não é, o que inventamos ou acrescentamos pode ser muito enriquecedor para o desenho. Se quiséssemos cópias rigorosas, tirávamos fotografias. :)
De acordo Miú, não pretendemos fotos e ainda bem.
A minha questão é traçar o que vi, a informação que observei e muitas vezes não fica completa e não quero deixar um desenho a meio. Mas fica-nos o prazer de deixar no papel a nossa interpretação.
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