Tenho assistido à polémica das declarações do judoca português Pedro Dias sobre o seu combate ganho ao campeão do mundo na categoria -66kg, o brasileiro João Derly. A polémica estalou no Brasil, pois em Portugal, a notícia passou ao lado. A fraca prestação dos judocas portugueses tem sido a principal notícia.
A declaração de Pedro Dias sobre uma possível vingança pessoal sobre João Derly, veio agora a ser desmentida pelos 2 atletas, que não entendem a notícia de uma suposta traição do brasileiro com a antiga namorada de Pedro Dias, a judoca portuguesa Joana Ramos. A cada dia que passa, mais personagens entram na história. Sei que é hábito, os portugueses se queixarem sempre das arbitragens, mas usarem a vida pessoal para justificarem vitórias ou derrotas.
Verdade ou não, a justificação para uma possível traição deu força ao português. Pena que ele não tenha arranjado também um bom motivo pessoal que o fizesse ganhar ao norte-coreano Chol Min Pak, que o afastou da competição. A ele e ao João Derly, que o campeão do mundo, aí perdeu também a chance de ser "repescado".
A polémica já se estendeu também à judoca Joana Ramos, que viu a sua página do "orkut" invadida por mensagens ofensivas. Parece que já estamos no mundo do social, em vez do desportivo.
No fim, todos os intervenientes têm de dar explicações à Imprensa e justificarem não só as derrotas, como o que lhes vai na cabeça.
Deixem os atletas à vontade e pensarem no que entenderem para lhes dar força psicológica nos combates, mas não puxem por detalhes que estão fora dos tatames.
Os atletas não têm de pedir perdão por não conseguirem chegar às medalhas desejadas. Já lhes custa suportar as derrotas que não eram esperadas, para ainda terem de justificar as esperanças que o país neles depositaram. Os campeões do mundo têem perdido quase todos. No Judo, as medalhas não são pedidas. Não se trata de melhores tempos ou mais força. Há tantas variáveis que um campeão do mundo não pode chegar às Olimpíadas e pensar que vai ser fácil. O judoca georgiano Irakli Tsirekidz, conseguiu uma medalha de ouro e com todos os problemas que atingem o seu país, este sim teve de fazer vários combates, físicos e mentais.
A ver se este caso, passa à história, para que o Judo seja visto com seriedade e para não denegrir mais a vida pessoal dos atletas. Já lhes custou a derrota.
Curiosamente, a judoca Joana Ramos, venceu a Taça do Mundo do Brasil, numa final com a representante olímpica brasileira da categoria -57kg, Ketleyn Quadros. E esta trouxe de Pequim a medalha de bronze.
Aguardamos para um novo confronto Pedro Dias x João Derly, mas nos Tatames...