terça-feira, 5 de agosto de 2008

Lisboa A gosto

Lisboa em Agosto, é outra cidade. Como qualquer outra cidade europeia, diminui a sua população que vai de férias e aumenta o número de visitantes. Para os que ficam a trabalhar diariamente, a velo-cidade do dia baixa, os ritmos ficam alterados, os jornais gratuitos deixam de ser distribuídos nas entradas do metro, muitos restaurantes e cafés fecham a anunciar "Estimados clientes, voltamos a .... de Agosto".
Os turistas que por aqui andam todo o ano, passam a ser a maioria. Interessante como todos nós, viajamos para conhecer cidades em que os seus habitantes estão fora a conhecer as nossas cidades.
Os transportes públicos são menos e com intervalos mais espaçados de tempo. Os especiais para as praias aumentam e com eles a areia nos bancos e corredores.
Há uns anos, apanhava bem cedo a Rodoviária para a Costa na Praça de Espanha. Muita gente de pé com a geleira e o chapéu de sol, apertados, mas com muita vontade de ver o azul do mar e o sol na areia. Na volta trazíamos areia nos calções, suor e sal na pele e o cansaço nas pernas. No dia seguinte lá estávamos a mostrar o L123 e à procura de lugar de pé ou sentado. A travessia da ponte era magnífica, com a primeira imagem do azul da água para acalmar a ansiedade de chegar cedo à Costa.
Lisboa em Agosto, já não tem as festas populares de Junho, nem a alegria de quem trabalha a contar os dias que faltam para as férias, mas tem a calma e reflexão do tempo que sobra, dos lugares sentados, do almoçar sentado a ver as imagens dos Jogos Olímpicos, das reportagens sobre as festas dos emigrantes e dos "malucos do riso na SIC" (ontem ainda estavam a dar às 23h45). Aparentemente é um mês sem ideias, mas serve para tratar de assuntos antigos e ler muito e desenhar, que o tempo sobra.
Foto: Harald Hess (Lisboa, anos 50 )

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