quinta-feira, 31 de julho de 2008

Um pintor chamado Klimt

Na terça à noite vi um excelente documentário na RTP2 sobre Gustav Klimt, um pintor vienense. Fiquei fascinado pela análise à sua obra, a sua vida, as suas influências, o contexto da Viena de 1900 e as suas extravagâncias.
A sua obra mais famosa, O beijo, transmite várias sensações. De ternura para uns, de submissão da mulher para outros e ainda há quem afirme ser o fim de um amor.
Observando bem, a mulher parece que se quer afastar do homem, enquanto lhe tenta beijar, mas o estar ajoelhada, demonstra submissão.
Uma obra que já foi muito analisada, mas que levanta tantas questões. Quem é a mulher retratada? É o próprio pintor que se retrata na figura masculina? Sabe-se que ele utilizou materiais como o gesso e folhas de ouro para dar aquele destaque à cena, com o manto enorme a definir os corpos por padrões e a escondê-los ao mesmo tempo, sem sabermos o que se passa por debaixo dele.
Os temas que Klimt retratou foram as mulheres e o erotismo. Frequentemente tinha várias mulheres a circularem pelo seu atelier, para apanhar poses mais realistas e naturais.
Klimt viveu numa Viena cuja mentalidade andava à descoberta do sexo (Freud é contemporâneo do pintor) e o cosmopolitismo da cidade proporcionava o aquecer de propostas culturais renovadoras.
Gosto também deste quadro, Judith, em que a expressão da mulher revela muito erotismo. Diz-se que retratou uma das suas amantes e que as suas musas eram mulheres ruivas.
Viveu sempre com a mãe e a irmã e nunca quis uma relação estável com alguma mulher. Psicológicamente, fazem-se muitas análises com base nas suas pinturas, mas penso que o pintor se especializou num tema de que gostava e deu espaço à sua arte e paixão pelo desenho de mulheres, tal como são as obras de Manara.
Não criou tendências na Arte e tornou-se singular nas suas obras. Meio
século depois da sua morte, os anos 60 do século XX voltaram a conferir a Klimt, nova fama. Estudantes colavam posteres com a sua obra mais famosa para mostrar o que sentiam e dar um ar culto às suas conquistas amorosas.
Hoje em dia, as suas pinturas estão em t-shirts, postais, lençóis, cortinas, puzzles... Como enigmáticas que são, não cansam de olhar e tentar perceber mais pormenores deixados pela cabeça de Gustav Klimt. Mais documentários sobre pintores, que outro dia vi sobre Johannes Vermeer. Excelentes!

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