Na segunda passada, enquanto lia um jornal na sala, reparo num par de asas na minha varanda. Quando olhei vi que era um daqueles pássaros de gaiola. Deve ter fugido de alguém.
O pássaro era todo verde com o peito amarelo e gostou do meu estendal da roupa. Observei-o de dentro enquanto ele andava ao longo do pequeno varão. Não abri a porta da varanda.
Mais tarde, enquanto estava ao computador, começou a chilrear. E fazia-o muito bem. Voltei à porta da varanda para o ver. Parecia satisfeito.
E agora, saio ou fico a vê-lo de dentro. Pensei que abrindo a porta, ele pudesse fugir,mas se saísse, o que iria fazer?
Foi uma visita inesperada e quase como um sinal da chegada da primavera ou do calor. Sempre é mais fiável que as andorinhas que andam desorientadas com as mudanças do clima.
E lá estava ele a chilrear. Saio ou não saio? Fui buscar a máquina fotográfica para registar o momento e poder provar a minha história, contando-a a outras pessoas.
São coisas que podem acontecer, mas é sempre ouvida com caras de sorriso de lado, quando contadas. Mas esta aconteceu.
Decidi abrir a porta ao de leve e sair para a varanda. Mal ouviu o primeiro som da porta a deslizar, sumiu-se para a rua. Só lhe vi as asas abertas na rua. Desapareceu. Aparecerá na varanda de outra pessoa que também achará o facto estranho.
E bem bonito que era o passarinho.
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